CEO da Amazon investe em IA e afirma que pretende diminuir a força de trabalho

A Amazon anunciou que a expansão da inteligência artificial resultará na redução de sua força de trabalho nos próximos anos. A decisão acompanha a tendência mundial de automação que já afeta diversos setores, afetando também o mercado de seguros. Segundo o CEO Andy Jassy, a IA traz mais eficiência para tarefas que antes precisavam obrigatoriamente da mão de obra humana, como atendimento ao cliente e processos administrativos. A empresa está intensificando investimentos em data centers e soluções baseadas em IA, e tem buscado orientar seus funcionários a correrem atrás de capacitação para operarem junto às novas tecnologias. Jassy destaca que será necessário menos pessoas para funções operacionais repetitivas e mais profissionais voltados a atividades estratégicas e analíticas. Embora os impactos ainda sejam difíceis de quantificar, a expectativa é de que o uso intensivo da IA na empresa traga ganhos de produtividade e reduza custos.

Transformação digital avança e impacta o futuro do trabalho nos seguros

Ao passo que a automação deixa de ser uma promessa, mas integra a realidade de fato, seguradoras e corretores são chamados a repensar suas estratégias, processos internos e adaptação para não perderem espaço com a entrada de canais cada vez mais digitais. As tecnologias, além de reduzirem custos operacionais, também elevam a personalização das coberturas e dos serviços, e favorecem a retenção e a atração de clientes mais exigentes. No entanto, o avanço da IA traz desafios que vão além da tecnologia. A substituição de funções tradicionais por automatização pode gerar insegurança na força de trabalho do setor. 

A qualificação é imperativa

Por isso, o investimento em capacitação e desenvolvimento de habilidades específicas dos colaboradores são importantes para assegurar que profissionais sejam reposicionados em atividades de maior valor estratégico e analítico. Programas de treinamento interno focado em habilidades digitais e análise preditiva para seus colaboradores, podem promover uma integração mais eficaz da IA com a expertise humana, balanceando eficiência operacional com o atendimento personalizado. 

Corretores continuam protagonistas com apoio da tecnologia

Outro ponto relevante refere-se à atuação dos corretores, que continuam sendo peça-chave no relacionamento com o cliente. A IA deve ser vista como uma ferramenta de apoio, capaz de fornecer insights valiosos para análise de perfil e oferta de produtos customizados, em vez de uma substituta do contato humano. Com o suporte de tecnologias inteligentes, os corretores ganham agilidade na tomada de decisões, precisão na identificação de necessidades específicas e maior capacidade de personalização das soluções ofertadas. Isso fortalece seu papel consultivo e estratégico, ampliando a confiança do cliente no processo de contratação. Além disso, a automação de tarefas operacionais permite que esses profissionais foquem em atividades de maior valor agregado, como o atendimento consultivo, a gestão de portfólio e o acompanhamento proativo de renovações e sinistros. 

Insurtechs e inovação colaborativa

As insurtechs, que já nascem com DNA digital e foco em IA, funcionam como laboratórios de inovação para o setor. Parcerias entre seguradoras tradicionais e essas startups permitem acelerar a transformação digital de forma colaborativa, somando agilidade com solidez e experiência de mercado. As insurtech, que muitas vezes incorporam IA desde seu nascimento, servem como referências para modelos de negócios ágeis e tecnológicos. Nesse sentido, parcerias entre seguradoras tradicionais e essas empresas inovadoras podem acelerar a adoção de automação e promover a transformação digital de forma colaborativa, considerando também o fator humano nesses negócios. Portanto, investir em tecnologia sem negligenciar o desenvolvimento humano será o caminho para que o setor se mantenha competitivo nos próximos anos.

A tecnologia como caminho e não como fim

A estratégia da Amazon é mais um demonstrativo de que o futuro do trabalho será ainda mais impactado pela inteligência artificial. Para o setor de seguros, a inovação tecnológica se apresenta como uma oportunidade de reinventar serviços, estreitar relações com clientes e criar soluções mais alinhadas ao comportamento digital do consumidor. Além disso, as seguradoras que adotam IA em suas operações devem se atentar à governança de dados e à ética algorítmica. Garantir transparência nos processos automatizados e a conformidade com as regulamentações vigentes é fundamental para manter a confiança dos clientes e proteger a reputação da empresa. Nesse cenário, a tecnologia não reduz a importância da mão de obra humana, mas direcionando o seu valor para atividades que necessitam de interação pessoal, capacidade analítica e domínio de ferramentas digitais. Dessa forma, unindo sensibilidade, estratégia e conhecimento técnico – juntando ambas as funções e inteligências (humana e não humana) –, é possível gerar soluções mais completas e centradas no cliente.